A trajetória da indústria alimentícia evoluiu significativamente ao longo do último século, passando de uma abordagem voltada para a produção em massa, destinada a atender a uma demanda crescente, para um enfoque contemporâneo centrado na saúde, na preservação do ecossistema e no que se assemelha mais ao natural. Projetos futuros indicam um crescimento exponencial no mercado de corantes, estimando-se um aumento de cerca de 20,78 bilhões nos próximos anos. Os corantes naturais emergem como protagonistas nesse cenário, impulsionados por preocupações éticas na produção e demanda de mercado. Esse movimento tem impactado até mesmo gigantes da indústria alimentícia e de bebidas, levando-as a abandonar gradualmente corantes sintéticos. Compostos por elementos como antocianinas, carotenos, curcuminas, clorofila ou betalainas, os corantes naturais oferecem não apenas coloração, mas também uma variedade de benefícios à saúde. Propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, neuroprotetoras e cardioprotetoras são apenas algumas das vantagens que esses corantes proporcionam aos consumidores. No entanto, uma das maiores barreiras para a adoção maciça desses corantes reside em sua estabilidade. Nesse contexto, esforços inovadores nas áreas de química e biologia são empreendidos para aprimorar tanto a estabilidade final do corante quanto o próprio organismo de origem, como nas plantas. A tendência de utilizar corantes naturais não é apenas uma mudança estética na indústria alimentícia; é uma resposta à crescente consciência dos consumidores sobre a origem e o impacto dos ingredientes em sua saúde e no meio ambiente. Em 2024, esperamos que essa tendência não apenas perdure, mas também inspire novas abordagens inovadoras e sustentáveis na produção de alimentos.
Por José Claudio.